"Os Proletários da bola"

SINOPSE DO LIVRO:



Principal fenômeno de massas da cultura popular em nossos dias, há um século atrás o futebol era distintivo e privilégio de classe de jovens burgueses, onde a vida social dos clubes e da prática era marcada pela segregação racial e de classe e por aspectos ideológicos que visavam alçar o Brasil ao posto de país moderno no circo das civilizações mais “avançadas” internacionalmente. Nesse mesmo contexto em plena belle époque carioca, no interior de uma fábrica de tecidos afastada da área central da cidade, surgia o The Bangu Athletic Club, um clube formado por mestres têxteis vindos da Grã-Bretanha, e que em pouco tempo de existência passou a englobar o operariado da região, majoritariamente negro e analfabeto.

Esse é o dilema que Os Proletários da Bola parte sua investigação, como existir um clube tão singular quanto o Bangu nessa conjuntura? Que condições históricas permitiram seu surgimento? Como tal clube se enquadrou ou enfrentou o status quo criado pelos clubes hegemônicos da época?

Para responder tais indagações Os Proletários da Bola tampouco utilizou apenas de uma investigação micro-histórica do cotidiano fabril ou do interior do clube suburbano e operário. Sua base de investigação parte da fundamentação econômica e social do Rio de Janeiro daquela conjuntura, a presença da Inglaterra no Brasil, a industrialização da cidade e a formação de uma classe operária no interior de uma fábrica isolada numa área periférica da cidade. Assim esse presente trabalho buscou entender a trajetória que permitiu a democratização do esporte, através das lutas de classes que se desenvolveram ao longo do período amador do futebol carioca, tendo como paradigma de clube operário o Bangu. Ler a formação social do futebol brasileiro através do materialismo histórico e dialético, é a tentativa de contribuição ao tema em Os Proletários da Bola.


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